Constantemente ouvimos pessoas falando “onde” e “aonde” indiscriminadamente, e poucos conhecem o seu significado e o seu uso adequado à norma culta.
ONDE
Advérbio - Significa “em que lugar” e deve ser usado na indicação de lugar:
“Onde tu deixastes o livro?”, “Não sei onde você mora”, “Por onde iremos amanhã?” ou “Onde fica o Teatro Sigefredo Pacheco?”
É inadequado para norma culta o seu uso, por exemplo, em:
“Conheça nosso Plano, onde oferece…”
“Li um sonho onde Deus aparecia e abraçava...”
“Naquele tempo, onde os bichos falavam…”
Plano, sonho e tempo não são lugares, e nesses casos deveriam ser usados que, em que e quando:
“Conheça nosso Plano, que oferece…”
“Li um livro em que Deus aparecia e abraçava...”
“Naquele tempo, quando os bichos falavam…”
Pronome - Também com valor circunstancial de lugar, significa “em que”.
“Gosto da casa onde moro.”
AONDE
Advérbio – (preposição a+onde) e significa “a qual lugar” ou “para onde”, e, como regra geral, deve ser usado seguido de verbos que denotem movimento, como IR, LEVAR e CHEGAR. Ou seja, somente indica um lugar, para onde se vai ou se foi:
“Aonde tu vais com tanta pressa?”
“Aonde nos leva a nossa insensatez!”
“Aonde chegaremos amanhã?”
“Aonde foram todos os bichos?”
A propósito, sempre se chega a algum lugar e não em algum lugar.
Não é aceito na norma culta dizer-se “Aonde tu vais ficar durante as férias?”, pois nesse caso o verbo IR (vais) não está colocado adequadamente, já que o conveniente seria dizer-se “Onde tu ficarás durante as férias?
DONDE
Contração da preposição de e do advérbio onde (de+onde = donde), obviamente usado apenas quando se vem de algum lugar.
“Donde vens, aonde vais?” – do poeta Castro Alves, em Navio Negreiro.
Não convém dizer-se “Da onde veio o dinheiro?” como fizeram várias vezes senhores no Senado Federal, falando sobre o escândalo dos dossiês. O conveniente é “De onde veio o dinheiro?“, ou “Donde veio…”
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