Simulado de Língua Portuguesa
Graças Brito
1. (G1 - cftpr 2006) "Os meios de comunicação de massa são um fator central de sociabilidade contemporânea. Hoje as relações do homem com o mundo são cada vez mais construídas pela mídia. AS PESSOAS BUSCAM A TELEVISÃO, O RÁDIO, O JORNAL E A REVISTA PARA INFORMAREM-SE SOBRE A REALIDADE QUE AS CERCA, COMO UMA FORMA DE ENTRETENIMENTO E COMO UMA DAS MANEIRAS DE ORGANIZAREM SUAS VIDAS."
(MÜLLER, Karla Maria & PEREIRA JR., Alfredo Eurico V. "O mundo acadêmico e as estratégias discursivas da revista VEJA". In: "Os construtores da informação". Petropólis: Vozes, 2003, 2a ed., p. 339)
Assinale a alternativa em que o período destacado foi reescrito de acordo com a norma culta da língua.
a) As pessoas buscam a televisão, o rádio, o jornal e a revista para informarem-se sobre a realidade que as cerca, entreterem-se e organizarem suas vidas.
b) As pessoas buscam a televisão, o rádio, o jornal e a revista como um modo de informarem-se sobre a realidade que as cerca, como uma forma de entretenimento e para organizarem suas vidas.
c) As pessoas buscam a televisão, o rádio, o jornal e a revista para informarem-se sobre a realidade que as cerca, como uma forma de entretenimento e para organizarem suas vidas.
d) As pessoas buscam a televisão, o rádio, o jornal e a revista para informarem-se sobre a realidade que as cerca, como forma de entretenimento e como maneira de organizarem suas vidas.
e) As pessoas buscam a televisão, o rádio, o jornal e a revista como meio de informarem-se sobre a realidade que as cerca, entreterem-se e para organizarem suas vidas.
2. (Ufpr 2008) Assinale a alternativa que reescreve o texto a seguir de acordo com a norma culta, mantendo-lhe o sentido.
Os presídios não é uma forma de mudar o ponto de vista de qualquer pessoa que esteja lá presa, um marginal que já fez de tudo na vida não é que vai preso que ele vai mudar totalmente.
a) Os presídios não é uma forma de mudar o ponto de vista de qualquer pessoa que esteje lá preso. Um marginal que já fez de tudo na vida não é porque vai preso que ele vai mudar totalmente.
b) Os presídios não são uma forma de mudar o ponto de vista de qualquer pessoa que esteja lá presa, um marginal que já fez de tudo na vida não é que vão preso que vão mudar totalmente.
c) Os presídios não são uma forma de mudar o ponto de vista de quem esteja lá preso. Não é porque foi preso que um marginal que já fez de tudo na vida vai mudar totalmente.
d) Presídio não é uma forma de mudar o ponto de vista das pessoas presas, um marginal não vai mudar totalmente por tudo que já fez na vida e então vai preso.
e) Os presídios não são uma forma de mudar o ponto de vista de qualquer pessoa presa. Um marginal que já fez de tudo na vida vai preso e vai mudar totalmente.
3. (Fgv 2009) Assinale a frase CORRETA quanto ao emprego dos verbos.
a) Se Obama for sacramentado na convenção do partido e obtiver apoio dos jovens, é provável que americanos indecisos adiram a sua candidatura e garantem sua vitória.
b) Se Obama ser sacramentado na convenção do partido e obter apoio dos jovens, é provável que americanos indecisos adiram a sua candidatura e garantem sua vitória.
c) Se Obama for sacramentado na convenção do partido e obtiver apoio dos jovens, é provável que americanos indecisos aderem a sua candidatura e garantem sua vitória.
d) Se Obama for sacramentado na convenção do partido e obtiver apoio dos jovens, é provável que americanos indecisos adiram a sua candidatura e garantam sua vitória.
e) Se Obama é sacramentado na convenção do partido e obter apoio dos jovens, é provável que americanos indecisos adirem a sua candidatura e garantam sua vitória.
4. (Fgv 2009) Observe a charge.
I. Em discurso direto, quanto à concordância, a primeira fala da charge estaria corretamente redigida da seguinte forma: Depois dizem: "Os brasileiros não têm incentivo ao esporte."
II. Na primeira fala, a expressão ao esporte poderia ser substituída por à práticas esportivas.
III. Na segunda fala, a forma verbal está no plural concordando com o sujeito 200 toneladas.
Está CORRETO o que se afirma em:
a) I apenas.
b) III apenas.
c) I e II apenas.
d) II e III apenas.
e) I, II e III.
5. (Pucsp 2009) A APOTEOSE DO BESTEIROL ENERGÉTICO
Um momento histórico! O clímax, o ponto que todos pensávamos ser inatingível foi enfim alcançado. O apogeu do besteirol energético brasileiro. Se não vejamos.
Há três ou quatro anos que um dos mais renomados e respeitados físicos brasileiros, Roberto Salmeron, vem insistindo com autoridades do país para que o Brasil se associe ao esforço internacional em prol do desenvolvimento da fusão nuclear para produção de energia. O esforço seria concentrado em uma instituição multinacional denominada ITER (International Thermonuclear Experimental Reactor).
Essa tecnologia é o sonho de cientistas para a solução definitiva do excruciante problema de fornecimento de energia no futuro. É uma alternativa não poluente, ou seja, limpa, não contribuindo de maneira significativa seja para o efeito estufa, seja para diferentes formas de impactos negativos locais ao meio ambiente. É um combustível abundante, inesgotável quase e democraticamente distribuído (são principalmente isótopos do hidrogênio, portanto, encontrado onde houver água).
De acordo com essa proposta, o Brasil associar-se-ia a Portugal, o que seria garantido por acordos já existentes entre os dois países. O Brasil teria pleno e irrestrito acesso a resultados experimentais, nossos pesquisadores podendo (ou melhor, devendo) participar dos experimentos e dos cálculos. A adesão custaria aproximadamente US$1 milhão. A proposta rolou, rolou... e nada aconteceu.
"Rogério Cezar de Cerqueira Leite. Folha de São Paulo, 18 de novembro de 2008"
O que indicam os tempos verbais destacados?
a) O clímax, o ponto que todos PENSÁVAMOS ser inatingível foi enfim alcançado - o verbo no pretérito imperfeito do indicativo expressa a obrigatoriedade de todos pensarmos do mesmo modo.
b) Essa tecnologia é o sonho de cientistas para a solução definitiva do excruciante problema de fornecimento de energia no futuro. É uma alternativa não poluente - os verbos no presente do modo indicativo indicam que os fatos talvez se concretizem.
c) o Brasil ASSOCIAR-SE-IA a Portugal, o que seria garantido por acordos já existentes entre os dois países - os verbos no futuro do pretérito do modo indicativo indicam que os fatos que futuramente poderiam se concretizar não se concretizaram.
d) O Brasil TERIA pleno e irrestrito acesso a resultados experimentais, nossos pesquisadores podendo (ou melhor, devendo) participar dos experimentos e dos cálculos. A adesão custaria aproximadamente US$1 milhão - os verbos no futuro do pretérito do modo indicativo indicam que os fatos voltaram a se concretizar.
e) A proposta ROLOU, ROLOU... e nada ACONTECEU - o pretérito perfeito do indicativo indica que ainda há chance de a proposta de associação entre Brasil e Portugal, que continuou em discussão, se efetive.
6. (Enem 2009)
A linguagem da tirinha revela
a) o uso de expressões linguísticas e vocabulário próprios de épocas antigas.
b) o uso de expressões linguísticas inseridas no registro mais formal da língua.
c) o caráter coloquial expresso pelo uso do tempo verbal no segundo quadrinho.
d) o uso de um vocabulário específico para situações comunicativas de emergência.
e) a intenção comunicativa dos personagens: a de estabelecer a hierarquia entre eles.
7. (G1 - cps 2010) Assinale a alternativa em que a frase obedece às regras da norma padrão.
a) Fazem vários anos que tentamos erradicar doenças, como o Amarelão, neste município.
b) Aqui em casa, todos mantêm práticas ecológicas como fechar a torneira enquanto escovam os dentes.
c) As aulas de reposição do curso de Meio Ambiente terminarão ao meio-dia e meio.
d) As pessoas continuam alheias aos problemas do planeta, por pior que sejam as perspectivas.
e) Quando discutimos o que é ser ecoprático, os alunos demonstraram interesse e curiosidade aguçadas.
8. (G1 - cps 2011) Considere as afirmações sobre a tirinha em que Hagar está no consultório de seu médico, o doutor Zook.
I. As formas verbais diga e seja, empregadas pelo doutor Zook, pertencem ao modo subjuntivo, pois expressam uma solicitação.
II. Ao dizer para Hagar ser breve e objetivo, o médico deseja que ele seja sucinto.
III. Pelas reflexões de Hagar, conclui-se que, às quartas de manhã, o doutor Zook pratica golfe, por isso esse horário é inapropriado para consultas.
É correto o que se afirma em
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
9. (Ita 2011) Considere o poema abaixo, "A cantiga", de Adélia Prado:
“Ai cigana, ciganinha,
ciganinha, meu amor”.
Quando escutei essa cantiga
era hora do almoço, há muitos anos.
A voz da mulher cantando vinha de uma cozinha,
ai ciganinha, a voz de bambu rachado
continua tinindo, esganiçada, linda,
viaja pra dentro de mim, o meu ouvido cada vez melhor.
Canta, canta, mulher, vai polindo o cristal,
canta mais, canta que eu acho minha mãe,
meu vestido estampado, meu pai tirando boia da panela,
canta que eu acho minha vida.
(Em: Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.)
Acerca desse poema, é incorreto afirmar que
a) a poeta tem consciência de que seu passado é irremediavelmente perdido.
b) existe um tom nostálgico, é um saudosismo de raiz romântica.
c) cantiga faz com que a poeta reviva uma série de lembranças afetivas.
d) predomina o tom confessional e o caráter autobiográfico.
e) valoriza os elementos da cultura popular, também uma herança romântica.
ÁRIES (21 mar. a 20 abr.)
Lunação em signo complementar destaca importância das relações em sua vida nas próximas semanas. Cuide de sua rede social, mostre-se atencioso com as pessoas. Seu sucesso é resultado disso também e agora essa questão tem importância suprema. Cultive o tato.
(Folha de S. Paulo, Ilustrada, Astrologia, Barbara Abramo, 29 set. 2008.)
10. (Ibmecsp 2009) Se as formas verbais "cuide", "mostre-se" e "cultive" fossem empregadas na segunda pessoa do singular, teríamos:
a) Cuidas, mostras-te, cultivas.
b) Cuida, mostra-te, cultiva.
c) Cuidai, mostrai-vos, cultivai.
d) Cuida, mostra-se, cultiva.
e) Cuides, mostres-te, cultives.
O texto apresentado fala sobre Fortunata, uma garota que vive em São Paulo no início do século XX, e sobre os costumes de sua família, formada por imigrantes italianos.
Em frente à nossa casa, morava o compadre Francesco Bloise, que tinha duas ocupações muito peculiares: uma era a de alfaiate e a outra não era a de confeccionar ou vender nada. Ao contrário: era uma distribuição gratuita de sonho e fantasia, feita para preencher o vazio das noites de inverno, depois do cansaço de um dia de trabalho. Seu Francesco era um leitor, atividade rara naquela rua. Quando falo em "leitor", não estou falando de alguém metido num canto a sós com um livro, desligado do mundo exterior. Estou falando de alguém como ele, que lia em voz alta para os outros, repartindo o ato de leitura como um pão comungado por irmãos. E esses éramos nós: eu, que me chamo Fortunata, meu padrasto, minha mãe Giuseppina e alguns vizinhos de poucas ou nenhumas letras.
O ritual começava depois do jantar. No corredorzinho que dava para a rua, ouvia-se o bater de palmas. Eram os ouvintes que iam chegando e tomando assento. Seu Francesco vinha todo encapotado, com as mãos dentro dos bolsos. E quando, aflita, eu achava que o livro tinha sido esquecido, ele abria o capote e arrancava do peito o grosso volume que agasalhara da umidade como um filho de saúde frágil. E a assembleia começava.
Os olhos do leitor buscavam as páginas do livro, a boca fazia o milagre de transformar aquelas difíceis letrinhas impressas em vozes inteligíveis para um auditório maravilhado. E as histórias de reis e rainhas, príncipes e princesas, mocinhos e vilões, amores tristes e romances contrariados enchiam de lágrimas os olhos de minha mãe.
(Adaptado de: LAURITO, Ilka Brunhilde. A menina que descobriu o Brasil.")
11. (G1 - cps 2008) Assinale a alternativa em que a frase está escrita de acordo com a norma culta.
a) Parte dos ouvintes se maravilhava com o milagre das letrinhas.
b) Faziam noites de muito frio e aproveitávamos para nos reunir em casa.
c) Fortunata ficava aflita por que achava que seu Francesco esquecera o livro.
d) Os romances comoviam Giuseppina e sempre haviam lágrimas em seus olhos.
e) As histórias de seu Francesco tiveram tudo haver com a formação pessoal de Fortunata.
MUDANÇA NO CLIMA AFETA MAIS OS POBRES, DIZ SECRETÁRIO DA ONU
Após alerta climático da ONU, reunião com ministros do Meio Ambiente de cem países pretende estudar modificações no comércio global para salvar o planeta
"Agência Reuters"
NAIRÓBI, Quênia - Os pobres do mundo, embora sejam os menos responsáveis pelo aquecimento global, serão os mais afetados pelo fenômeno, disse na segunda-feira o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, a ministros de Meio Ambiente de vários países. Eles estão reunidos em Nairóbi, capital do Quênia, para estudar modificações no comércio global de modo a salvar o planeta.
"A degradação do ambiente global continua incontida, e os efeitos da mudança climática estão sendo sentidos em todo o globo", disse Ban em nota que ecoa o relatório divulgado na semana passada pela ONU que apontava as atividades humanas como principais causas do aquecimento.
Em um discurso atribuído a Ban no início da reunião ministerial de Nairóbi, capital do Quênia, o secretário-geral afirmou que todos os países vão sentir os efeitos adversos das mudanças climáticas. "Mas são os pobres, na África e em pequenos Estados insulares, que vão sofrer mais, mesmo que sejam os menos responsáveis pelo aquecimento global", afirmou.
Especialistas dizem que a África é o continente que menos emite gases do efeito estufa, como o dióxido de carbono, mas que devido à pobreza e à geografia é a região que tem mais a perder. Símbolos disso são a desertificação em torno do Saara e a redução da capa de gelo do monte Kilimanjaro.
Agências ambientais da ONU pressionam Ban a se empenhar na busca por um tratado que suceda ao Protocolo de Kyoto, que prevê a redução nas emissões globais de poluentes, mas expira em 2012.
Os governos estão sob pressão para agirem à luz das conclusões do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática da ONU, que apontou grande probabilidade de que no futuro haja mais tempestades, secas, ondas de calor provocadas pela queima de combustíveis fósseis e outras atividades.
ALTERNATIVAS
Achim Steiner, chefe do Programa Ambiental da ONU, que organiza o encontro de uma semana dos quase cem ministros, disse que a globalização está esgotando os recursos mundiais, sem oferecer os benefícios esperados.
Mas há muitos exemplos de gerenciamento sustentável, lembrou ele, citando a certificação de recursos como madeira e pesca para evitar a exploração ilegal e mecanismos "criativos", como o mercado de carbono, ou seja, de créditos para a emissão de poluentes, que se amplia rapidamente.
"Precisamos valorizar o poder do consumidor, atender aos apelos por regulamentação internacional para o setor privado e impor padrões e normas realistas para os mercados globalizados", disse Steiner em nota antes da reunião.
RELATÓRIO CLIMÁTICO
O encontro ocorre sob o impacto do relatório da ONU, de acordo com o qual há mais de 90% de probabilidade de que o aquecimento global tenha como principal causa o fator humano.
Funcionários da ONU esperam que o estudo incentive governos - especialmente o dos EUA, maior poluidor mundial - e empresas a se empenharem mais na redução dos gases do efeito estufa, emitidos principalmente por usinas termelétricas, fábricas e carros.
O encontro desta semana do Conselho do Programa Ambiental da ONU no Quênia discutirá também a crescente ameaça da poluição por mercúrio, a demanda por biocombustíveis e reformas na ONU.
Pela primeira vez, o evento receberá dirigentes de outras agências, como Pascal Lamy, da Organização Mundial do Comércio (OMC).
"Acredito que a presença (de Lamy) mostra que não há mais um tráfego de mão única a respeito do comércio e meio ambiente", disse Steiner.
Fonte: "www.estadao.com.br/2007/fev/05/85.htm"
12. (Pucsp 2007) Tendo em mente o padrão escrito culto, leia o que segue.
I - "A degradação do ambiente global continua incontida, e os efeitos da mudança climática estão sendo sentidos em todo o globo."
II - "Símbolos disso são a desertificação em torno do Saara e a redução da capa de gelo do monte Kilimanjaro."
III - "Mas há muitos exemplos de gerenciamento sustentável, lembrou ele..."
Considerando a correção gramatical dos três excertos acima, é possível afirmar que
a) Há inadequação apenas no primeiro excerto, uma vez que não se coloca vírgula antes da conjunção "e".
b) Há inadequação apenas no segundo excerto, uma vez que "são" não concorda com "a desertificação".
c) Há inadequação apenas no terceiro excerto, uma vez que o pronome "ele" deveria estar no caso oblíquo.
d) Há inadequação nos três excertos.
e) Não há inadequação em nenhum dos três excertos.
YAHOO TENTA COMPRAR AOL E BARRAR AVANÇO DO GOOGLE
O Yahoo NEGOCIA com a Time Warner a compra do site America Online (AOL), segundo a revista Fortune. A compra SERIA uma tentativa de chamar atenção dos investidores e tirar o foco do Google. O Yahoo ERA líder em buscas na internet até a chegada do Google, que DETÉM o domínio desse mercado.
(O Estado de São Paulo, 30 out. 2006)
13. (Pucsp 2007) Considere o trecho "...que detém o domínio desse mercado". Se o sujeito do verbo "deter" estivesse no plural, a escrita correta para o trecho seria
a) ...que detém o domínio desse mercado.
b) ...que detem o domínio desse mercado.
c) ...que detéem o domínio desse mercado.
d) ...que detêm o domínio desse mercado.
e) ...que deteem o domínio desse mercado.
(...) Por que razão é tão difícil manter o peso ideal, se todos almejam ficar esguios e sabem que a obesidade aumenta o risco de hipertensão, diabetes, osteoartrite, ataques cardíacos e derrames cerebrais? No cérebro, existe um centro neural responsável pelo controle da fome e da saciedade. Milhões de anos de seleção natural forjaram a fisiologia desse centro, para assegurar a ingestão de um número de calorias compatível com as necessidades energéticas do organismo. Nessa área cerebral são integradas as informações transmitidas pelos neurônios que conduzem sinais recolhidos no meio externo, nas vísceras, na circulação e no ambiente bioquímico que serve de substrato para os fenômenos psicológicos. Estímulos auditivos, visuais e olfatórios são permanentemente sensoriados pelo centro da saciedade, e explicam a fome que subitamente sentimos diante do cheiro e da visão de certos alimentos. Faz frio, os neurônios responsáveis pela condução dos estímulos térmicos enviam informações para o centro, e a fome aumenta; mecanismo que evoluiu em resposta às maiores necessidades energéticas dos animais para manter constante a temperatura corpórea, no inverno. Quando as paredes do estômago são distendidas, a taxa de glicose na circulação aumenta, certos neurotransmissores são liberados no aparelho digestivo ou quando determinadas enzimas digestivas atingem os limites de sua produção, o centro da saciedade bloqueia a fome e interrompe a refeição. Fenômenos psicológicos também interferem permanentemente com o mecanismo de fome e saciedade, porque os centros cerebrais são especialmente sensíveis aos neurotransmissores envolvidos nas sensações de prazer. Por isso, comemos mais quando estamos entre amigos, e menos em ambientes hostis ou sob estresse psicológico. (...)"
(VARELLA, Drauzio. Folha de S. Paulo, 27 jul. 2002. Caderno Folha Ilustrada.)
14. (Uel 2003) "Por que razão é tão difícil manter o peso ideal, se todos almejam ficar esguios e sabem que a obesidade aumenta o risco de hipertensão, diabetes, osteoartrite, ataques cardíacos e derrames cerebrais?"
Assinale a alternativa que substitui corretamente esse período, sem alterar-lhe o sentido.
a) Tendo em vista que todos almejam ficar esguios, ao mesmo tempo em que a obesidade aumenta o risco da hipertensão, diabetes, osteoartrite, ataques cardíacos e derrames cerebrais, como se justifica a dificuldade em manter o peso ideal?
b) Apesar de todos quererem ficar esguios e saberem que a obesidade aumenta o risco de hipertensão, diabetes, osteoartrite, ataques cardíacos e derrames cerebrais, por que têm tanta dificuldade em manter o peso ideal?
c) Como todos sabem que a obesidade aumenta o risco da hipertensão, diabetes, osteoartrite, ataques cardíacos e derrames cerebrais, por que é tão difícil manter o peso ideal, se todos almejam ficar esguios?
d) Se manter o peso ideal é tão difícil, como todos almejam ficar esguios, mesmo sabendo que a obesidade aumenta o risco de hipertensão, diabetes, osteoartrite, ataques cardíacos e derrames cerebrais?
e) O fato de todos almejarem ficar esguios sabendo que a obesidade aumenta o risco de hipertensão, diabetes, osteoartrite, ataques cardíacos e derrames cerebrais justifica a dificuldade de manter o peso ideal?
No ensino, como em outras coisas, a liberdade deve ser questão de grau. Há liberdades que não podem ser toleradas. Uma vez conheci uma senhora que afirmava não se dever proibir coisa alguma a uma criança, pois ela deve desenvolver sua natureza de dentro para fora. "E se a sua natureza a levar a engolir alfinetes?" indaguei; lamento dizer que a resposta foi puro vitupério. No entanto, toda criança abandonada a si mesma, mais cedo ou mais tarde engolirá alfinetes, tomará veneno, cairá de uma janela alta ou doutra forma chegará a mau fim. Um pouquinho mais velhos, os meninos, podendo, não se lavam, comem demais, fumam até enjoar, apanham resfriados por molhar os pés, e assim por diante - além do fato de se divertirem importunando anciãos, que nem sempre possuem a capacidade de resposta de Eliseu. Quem advoga a liberdade da educação não quer dizer que as crianças devam fazer, o dia todo, o que lhes der na veneta. Deve existir um elemento de disciplina e autoridade: a questão é até que ponto, e como deve ser exercido.
(Bertrand Russell, Ensaios céticos.)
15. (Unifesp 2008) "- Quem advoga a liberdade da educação não quer dizer que as crianças devam fazer, o dia todo, o que lhes der na veneta."
Substituindo-se "Quem" por "As pessoas que", obtém-se:
a) As pessoas que advoga a liberdade da educação não querem dizer que as crianças devam fazer, o dia todo, o que lhes der na veneta.
b) As pessoas que advogam a liberdade da educação não quer dizerem que as crianças devam fazer, o dia todo, o que lhes derem na veneta.
c) As pessoas que advogam a liberdade da educação não quer dizer que as crianças devam fazer, o dia todo, o que lhes der na veneta.
d) As pessoas que advogam a liberdade da educação não querem dizer que as crianças devam fazer, o dia todo, o que lhes der na veneta.
e) As pessoas que advogam a liberdade da educação não querem dizerem que as crianças devam fazer, o dia todo, o que lhes derem na veneta.
Texto extraído de Formação da Literatura Brasileira, de Antonio Candido.
No Brasil, o homem de estudo, de ambição e de sala, que provavelmente era, encontrou condições inteiramente novas. Ficou talvez mais disponível, e o amor por Dorotéia de Seixas o iniciou em ordem nova de sentimentos: o clássico florescimento da primavera no outono.
Foi um acaso feliz para a nossa literatura esta conjunção de um poeta de meia idade com a menina de dezessete anos. O quarentão é o amoroso refinado, capaz de sentir poesia onde o adolescente só vê o embaraçoso cotidiano; e a proximidade da velhice intensifica, em relação à moça em flor, um encantamento que mais se apura pela fuga do tempo e a previsão da morte:
Ah! enquanto os destinos impiedosos
não voltam contra nós a face irada,
façamos, sim, façamos, doce amada,
os nossos breves dias mais ditosos.
16. (Unifesp 2009) Se a frase - "O quarentão é o amoroso refinado, capaz de sentir poesia onde o adolescente só vê o EMBARAÇOSO cotidiano ..." - for para o plural e o termo destacado substituído por um sinônimo, obtém-se:
Os quarentões são os amorosos refinados,
a) capazes de sentirem poesia onde os adolescentes só vem o confuso cotidiano ...
b) capaz de sentirem poesia onde os adolescentes só veem o atribulado cotidiano ...
c) capazes de sentirem poesia onde os adolescentes só vêm o enganoso cotidiano ...
d) capaz de sentir poesia onde os adolescentes só vêm o encrencado cotidiano ...
e) capazes de sentir poesia onde os adolescentes só veem o complicado cotidiano ...
Joaquim Maria Machado de Assis é cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, crítico e ensaísta.
Em 2008, comemora-se o centenário de sua morte, ocorrida em setembro de 1908. Machado de Assis é considerado o mais canônico escritor da Literatura Brasileira e deixou uma rica produção literária composta de textos dos mais variados gêneros, em que se destacam o conto e o romance.
Segue o texto desse autor, em prosa.
Capítulo Primeiro - Do título
Uma noite dessas, vindo da cidade para o Engenho Novo, encontrei no trem da Central um rapaz daqui do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu. Cumprimentou-me, sentou-se ao pé de mim, falou da lua e dos ministros, e acabou recitando-me versos. A viagem era curta, e os versos pode ser que não fossem tão inteiramente maus. Sucedeu, porém, que como eu estava cansado, fechei os olhos três ou quatro vezes; tanto bastou para que ele interrompesse a leitura e metesse os versos no bolso.
- Continue, disse eu acordando.
- Já acabei, murmurou ele.
- São muito bonitos.
8Vi-lhe fazer um gesto para 9tirá-los outra vez do bolso, mas não passou do gesto; estava 1amuado. No dia seguinte entrou a dizer de mim nomes feios, e acabou 3alcunhando-me de Dom Casmurro. Os vizinhos, que não gostam dos meus hábitos 2reclusos e calados, 5deram curso à alcunha, que afinal pegou. Nem por isso me zanguei. Contei a anedota aos amigos da cidade, e eles, por graça, chamam-me assim, alguns em bilhetes: "Dom Casmurro, domingo vou jantar com você" - "Vou pra Petrópolis, Dom Casmurro; a casa é a mesma da Renânia; vê se deixas essa caverna do Engenho Novo, 10e vai lá passar uns quinze dias comigo." - "Meu caro Dom Casmurro, não cuide que o dispenso do teatro amanhã; venha e dormirá aqui na cidade; dou-lhe camarote, dou-lhe chá, dou-lhe cama; só não lhe dou moça."
Não consulte dicionários. 4Casmurro não está aqui no sentido que eles dão, mas no que lhe pôs o vulgo de homem calado e metido consigo. Dom veio por ironia, para atribuir-me fumos de fidalgo. Tudo por estar cochilando! Também não achei melhor título para a minha narração; 11se não lhe guardo rancor. E com pequeno esforço, 6sendo título seu, 12poderá cuidar que a obra é sua. 7Há livros que apenas terão isso de seus autores; alguns nem tanto.
(Dom Casmurro, Machado de Assis)
17. (Ibmecrj 2009) Das alterações efetuadas em "Há livros que apenas terão isso de seus autores...", (ref. 7) assinale a única que transgride a regra de concordância verbal.
a) Pode haver muitos livros.
b) Hão de existir muitos livros.
c) Devem existir muitos livros.
d) Há de haver muitos livros.
e) Pode existir muitos livros.
Amava Simão uma sua vizinha, menina de quinze anos, rica herdeira, regularmente bonita e bem-nascida. Da janela do seu quarto é que ele a vira a primeira vez, para amá-la sempre. Não ficara ela incólume da ferida que fizera no coração do vizinho: amou-o também, e com mais seriedade que a usual nos seus anos.
Os poetas cansam-nos a paciência a falarem do amor da mulher aos quinze anos, como paixão perigosa, única e inflexível. Alguns prosadores de romances dizem o mesmo. Enganam-se ambos. O amor dos quinze anos é uma brincadeira; é a última manifestação do amor às bonecas; é a tentativa da avezinha que ensaia o voo fora do ninho, sempre com os olhos fitos na ave-mãe, que a está da fronde próxima chamando; tanto sabe a primeira o que é amar muito, como a segunda o que é voar para longe.
Teresa de Albuquerque devia ser, porventura, uma exceção no seu amor.
Camilo Castelo Branco - Amor de perdição
18. (Mackenzie 2003) "Da janela do seu quarto é que ELE A VIRA PELA PRIMEIRA VEZ". Passando-se a oração em destaque para a voz passiva analítica, a forma verbal correspondente é
a) foi vista.
b) havia visto.
c) estava sendo visto.
d) seria vista.
e) fora vista.
A ameaça de uma bomba atômica está mais viva do que nunca. Os conflitos 5étnicos mataram quase 200 chineses só no mês de julho. Agora uma boa notícia: a paz mundial pode estar a caminho. Segundo estimativas de pesquisadores, o mundo está bem menos sangrento do que já foi. Cerca de 250 mil pessoas morrem por ano em consequência de algum conflito armado. É bem menos do que no século 20, que teve 800 mil mortes anuais em sua 2ª. metade e 3,8 milhões por ano até 1950.
O que aconteceu? O psicólogo Steven Pinker 6diz que o aumento do número de democracias ajudou. Assim como a nossa saúde1: como a expectativa de vida subiu, temos mais medo de 3arriscar o pescoço. 4Até a globalização teria contribuído2: um mundo mais integrado é um mundo mais tolerante, diz Pinker.
Revista Superinteressante
19. (Mackenzie 2010) Os conflitos étnicos mataram quase 200 chineses só no mês de julho.
De acordo com a norma padrão, passando-se essa frase para a voz passiva analítica, a forma verbal correspondente será:
a) foram mortos.
b) estavam sendo mortos.
c) eram mortos.
d) matou-se.
e) morreram.
Chicó – 3Por que essa raiva dela?
João Grilo – Ó homem sem vergonha! Você inda pergunta? 5Está esquecido de que ela o deixou? Está esquecido da exploração que eles fazem conosco naquela padaria do inferno? Pensam que são o cão só porque enriqueceram, mas 4um dia hão de pagar. E a raiva que eu tenho é 3porque quando estava doente, me acabando em cima de uma cama, via passar o prato de comida 6que ela mandava para o cachorro. Até carne passada na manteiga tinha.
Para mim nada, João Grilo 6que se danasse. Um dia eu me vingo.
Chicó – João, 1deixe de ser vingativo que 2você se desgraça. Qualquer dia você inda se mete numa embrulhada séria.
Ariano Suassuna, Auto da Compadecida
20. (Mackenzie 2010) Assinale a alternativa correta.
a) Do ponto de vista da norma culta, a forma verbal deixe (ref. 1) deveria ser substituída por “deixa”, já que o pronome usado é você (ref. 2).
b) A palavra “porque” (ref. 3) está grafada corretamente, assim como em “Não sei porque você insiste nisso.”
c) Em um dia hão de pagar (ref. 4) a forma verbal foi usada corretamente, assim como em “Eu me lembro de que havia ainda alguns casos a resolver”.
d) A frase Está esquecido de que ela o deixou? (ref. 5) admite também, de acordo com a norma padrão, a seguinte pontuação: “Está esquecido, de que ela o deixou?”.
e) A palavra “que”, (ref. 6), funciona como pronome e, portanto, substitui os termos imediatamente anteriores: o prato de comida e João Grilo, respectivamente.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:
Darwin passou quatro meses no Brasil, em 1832, durante a sua 2célebre viagem a bordo do Beagle. Voltou impressionado com o que viu: "5Delícia é um termo 17insuficiente para 19exprimir as emoções sentidas por 28um naturalista a 8sós com a natureza em uma floresta brasileira", escreveu. O Brasil, 11porém, aparece de forma menos 21idílica em 27seus escritos: "Espero nunca mais voltar a um 12país escravagista. O estado da enorme população escrava deve preocupar todos os que chegam ao Brasil. Os senhores de escravos querem ver o negro romo outra espécie, mas temos todos a mesma origem."
Em vez do gorjeio do 6sabiá, o que Darwin guardou nos ouvidos foi 30um som 3terrível que 29o acompanhou por toda a vida: "13Até hoje, se eu ouço um grito, 39lembro-me, com 22dolorosa e clara memória, 43de quando passei numa casa em Pernambuco e ouvi urros 14terríveis. Logo entendi que era algum pobre escravo que estava sendo torturado,"
Segundo o 4biólogo Adrian Desmond, “a viagem do Beagie, para Darwin, foi 40menos 41importante pelos 15espécimes coletados do que pela 16experiência de 25testemunhar os horrores da 23escravidão no Brasil. 47De certa forma, ele escolheu focar na 20descendência comum do homem justamente para mostrar que 32todas as raças eram iguais e, 31desse modo, enfim, 44objetar 36àqueles que 18insistiam em dizer que os negros pertenciam a uma espécie diferente e inferior à dos brancos". 1Desmond acaba de lançar um estudo que mostra a paixão abolicionista 35do cientista, 26revelada por 33seus 7diários e cartas 42pessoais. “A extensão de 34seu interesse no combate à ciência de cunho racista 9é surpreendente, e pudemos detectar um ímpeto moral por 10trás de seu trabalho sobre a evolução humana - urna crença na ‘irmandade racial’ que 38tinha 37origem em 45seu ódio 46ao 24escravismo e que o levou a pensar numa descendência comum."
Adaptado de: HAAG, C. O elo perdido tropical. Pesquisa FAPESP, n. 159, p. 80 - 85, maio 2009.
Visualisação do restante na postagem mais antiga.
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