Continuação do simulado:
21. (Ufrgs 2010) Considere as seguintes afirmações.
I - A substituição de um som (ref. 30) por sons exigiria que três outras palavras do período também passassem para o plural.
II - A substituição de àqueles que (ref. 36) por a quem exigiria o uso de insistia em vez de insistiam (ref. 18).
III - A substituição de origem (ref. 37) por raízes exigiria o uso de tinham em vez de tinha (ref. 38).
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) Apenas II e III.
22. (Ufrgs 2010) Considere as seguintes propostas de alteração no texto.
1 - Substituir de quando (ref. 43) por da ocasião que.
2 - Substituir objetar (ref. 44) por argumentar contra, sem efetuar alterações adicionais na frase.
3 - Substituir seu ódio (ref. 45) por sua indignação e, consequentemente, substituir ao (ref. 46) por perante o.
a) Apenas 1.
b) Apenas 2.
c) Apenas 3.
d) Apenas 1 e 2.
e) Apenas 1 e 3.
2Olhe, ali, à sombra daquela mesma 16reboleira de mato que está nos vendo, desencilhei; e estendido nos pelegos, a cabeça no lombilho, com o chapéu sobre os olhos, fiz uma 13sesteada morruda.
E logo passou-me pelos olhos um darão de cegar, depois uns 14coriscos... depois tudo ficou cinzento... 29De meio assombrado me fui repondo quando ouvi que indagavam:
Adaptado de Simões Lopes Neto. Trezentas onças. In: BETANCUR, P. (Org.). Obra completa de Simões Lopes Neto. Porto Alegre: Sulina, 2003. p. 307-308.
23. (Ufrgs 2010) Assinale a alternativa que fornece apenas substituições corretas e contextualmente equivalentes às formas verbais viajava (ref. 6), devia (ref. 7) e dava (ref. 8), respectivamente.
a) tinha viajado - planejava - ia dando
b) estava viajando - planejava - ia dando
c) estava viajando - ia - tinha dado
d) tinha viajado - ia - tinha dado
e) tinha viajado - ia - ia dando
Da utilidade dos animais
Terceiro dia de aula. Na sala, estampas coloridas mostram animais de todos os feitios. É preciso querer bem a eles, diz a professora, com um sorriso que envolve toda a fauna, protegendo-a. Eles têm direito à vida como nós e além disso são muito úteis. Todos ajudam.
− Aquele cabeludo ali, professora, também ajuda?
− Aquele ali é o texugo, se você quiser pintar a parede de seu quarto, escolha pincel de texugo. Parece que é ótimo.
E também fornece pelo para os pincéis de barba.
Arturzinho objetou que, no futuro, pretende usar barbeador elétrico. Além do mais, não gostaria de pelar o texugo, uma vez que devemos gostar dele, mas a professora já explicava a utilidade da tartaruga-marinha.
− A tartaruga, meu Deus, é de uma utilidade que vocês não calculam. Comem-se os ovos e toma-se a sopa: uma de-lí-cia! O casco serve para fabricar pentes, cigarreiras, tanta coisa... O biguá é engraçado.
− Engraçado, como?
− É uma ave que apanha peixe pra gente.
− Apanha e entrega, professora?
− Não é bem assim. Você bota um anel no pescoço dele, e o biguá pega o peixe, mas não pode engolir. Então você tira o peixe da goela do biguá.
− Bobo que ele é.
− Não. É útil. Ai de nós se não fossem os animais que nos ajudam de todas as maneiras. Por isso que eu digo: devemos amar os animais e não maltratá-los de jeito nenhum. Entendeu, Ricardo?
− Entendi. A gente deve amar, respeitar, pelar e comer os animais, e aproveitar bem o pelo, o couro e os ossos.
(Carlos Drummond de Andrade. Para Gostar de Ler. Vol.4. São Paulo: Editora Ática, 1981. Adaptado)
24. (G1 - cps 2010) Interpretando o trecho − ... se você quiser pintar a parede de seu quarto, escolha pincel de texugo. Parece que é ótimo. − os verbos destacados evidenciam, respectivamente, as ideias de
a) advertência, incerteza e descrença.
b) conselho, avaliação e convicção.
c) hipótese, convicção e incerteza.
d) suposição, dúvida e advertência.
e) desejo, conselho e certeza.
Preto e Branco
Perdera o emprego, 5chegara a passar fome, sem que 6ninguém 2soubesse: por constrangimento, afastara-se da roda 7boêmia escritores, jornalistas, um sambista de cor que vinha a ser o seu mais velho que antes costumava frequentar companheiro de noitadas.
De repente, a salvação lhe apareceu na forma de um americano, que lhe 3oferecia um emprego numa agência. Agarrou-se com unhas e dentes à oportunidade, vale dizer, ao americano, para garantir na sua nova função uma relativa estabilidade.
E um belo dia vai seguindo com o chefe pela rua 10México, já distraído de seus passados tropeços, mas tropeçando obstinadamente no inglês com que se entendiam – quando vê do outro lado da rua um preto agitar a mão para ele.
Era o sambista seu amigo.
Ocorreu-lhe desde logo que ao americano 4poderia parecer estranha tal amizade, e mais ainda incompatível com a ética ianque a ser mantida nas funções que passara a exercer. Lembrou-se num átimo que o americano em geral tem uma coisa muito séria chamada preconceito racial e seu critério de julgamento da capacidade funcional dos subordinados talvez se deixasse influir por essa odiosa deformação. Por via das dúvidas correspondeu ao cumprimento de seu amigo da maneira mais discreta que lhe foi possível, mas viu em pânico que ele atravessava a rua e vinha em sua direção, sorriso aberto e braços prontos para um abraço.
Pensou rapidamente em se esquivar – não dava tempo: o americano também se detivera, vendo o preto aproximar-se.
Era seu amigo, velho companheiro, um bom sujeito, dos melhores mesmo que já conhecera – acaso jamais chegara sequer a se lembrar que se tratava de um preto? Agora, com o gringo ali a seu lado, todo branco e sardento, é que percebia pela primeira vez: não podia ser mais preto. Sendo assim, tivesse paciência: mais tarde lhe explicava tudo, haveria de compreender. Passar fome era muito bonito nos romances de Knut Hamsun, lidos depois do jantar, e sem credores à porta. Não teve mais dúvidas: virou a cara quando o outro se 1aproximou e fingiu que não o via, que não era com ele.
E não era mesmo com ele.
Porque antes de 9cumprimentá-lo, talvez ainda sem 8tê-lo visto, o sambista abriu os braços para acolher o americano – também seu amigo.
SABINO, Fernando. A mulher do vizinho. 7.ed. Rio de Janeiro: Record, 1962. p.163-4.
25. (G1 - cftsc 2010) Assinale a afirmação correta a respeito dos verbos sublinhados no texto.
a) Na ref. 1, o verbo aproximou está conjugado no pretérito imperfeito do indicativo, para fazer referência a um acontecimento usual do passado.
b) Na ref. 2, o verbo soubesse está conjugado no pretérito perfeito do subjuntivo, para mostrar que se trata de uma condição hipotética, não real.
c) Na ref. 3,o verbo oferecia está conjugado no pretérito perfeito do indicativo, para fazer referência a uma ação que se repete várias vezes.
d) Na ref. 4, o verbo poderia está conjugado no pretérito imperfeito do indicativo, para fazer referência a um acontecimento futuro.
e) Na ref. 5, o verbo chegara está conjugado no pretérito-mais-que-perfeito do indicativo, para indicar um acontecimento que é anterior ao momento em que se inicia a história.
Gabarito:
Resposta da questão 1:
[A]
[A]
Resposta da questão 2:
[C]
[C]
Resposta da questão 3:
[D]
[D]
Resposta da questão 4:
[A]
[A]
Resposta da questão 5:
[C]
[C]
Resposta da questão 6:
[C]
[C]
Vê-se na tirinha uma linguagem informal: o verbo “ter” (“Pensei que você tinha consertado...”), na linguagem formal, deveria ser substituído por “haver” (“Pensei que você havia consertado...”.
Resposta da questão 7:
[B]
[B]
Comentário: a resposta B está correta, pois o adjunto adverbial está deslocado, obrigando o uso da vírgula.
A alternativa A está incorreta, pois o verbo fazer, no sentido de tempo é impessoal, ou seja, só pode ser conjugado na 3ª. pessoa do singular. A primeira oração não possui sujeito.
A afirmação C está errada, porque a expressão meio – dia e meia seria a correta. O termo refere-se a meio dia e meia hora (este último vocábulo está elíptico).
A alternativa D está incorreta, pois há falta de concordância entre o substantivo perspectivas e o adjetivo pior. A oração correta é: por piores que sejam as perspectivas.
A afirmação E está errada, pois a concordância nominal não foi respeitada. O adjetivo aguçadas deveria ficar no singular, concordando como o substantivo mais próximo: curiosidade. A regra é: se o adjetivo como adjunto adnominal referir-se a dois substantivos de gêneros diferentes, pode ir para o plural ou concordar com o substantivo mais próximo. No caso da alternativa E, o adjetivo poderia concordar com os dois substantivos interesse e curiosidade) - aguçados ou com o mais próximo (curiosidade) – aguçada.
Resposta da questão 8:
[D]
[D]
As afirmações contidas em II e III são pertinentes, na medida em que Hagar infere que a solicitação do médico para que seja breve e objetivo ( “sucinto”) atende ao seu desejo de ir jogar golfe o mais rapidamente possível. As formas verbais “diga” e “seja” encontram-se no modo imperativo, o que invalida a afirmação em I.
Resposta da questão 9:
[A]
[A]
O eu lírico desenvolve nostalgicamente o tema do saudosismo de raiz romântica ao evocar sensações do passado (“Quando escutei essa cantiga/ era hora do almoço, há muitos anos”). A ambientação reproduz a cultura popular de onde emergem as lembranças (“A voz da mulher cantando vinha de uma cozinha,/ai ciganinha, a voz de bambu rachado/continua tinindo, esganiçada, linda”), característica frequentre na estética romântica. O tom confessional advém sobretudo dos verbos e pronomes em 1ª. pessoa do singular (“escutei”, “acho”, “meu”, “mim”, “minha”) que denotam a subjetividade da descrição do passado. Assim, é inválida a opção a).
Resposta da questão 10:
[B]
[B]
Resposta da questão 11:
[A]
[A]
Resposta da questão 12:
[E]
[E]
Resposta da questão 13:
[D]
[D]
Resposta da questão 14:
[C]
[C]
Resposta da questão 15:
[D]
[D]
Resposta da questão 16:
[E]
[E]
Resposta da questão 17:
[E]
[E]
O correto seria: Podem existir muitos livros, pois o verbo auxiliar “poder” deve concordar em número com o sujeito “muitos livros”.
Resposta da questão 18:
[E]
[E]
Resposta da questão 19:
[A]
[A]
A frase na voz ativa tem o verbo “matar” conjugado no pretérito perfeito. Na passagem para a voz passiva analítica, forma-se uma locução verbal na qual o verbo “matar” (no particípio irregular) recebe um auxiliar (foram) também conjugado no pretérito perfeito do indicativo.
Resposta da questão 20:
[C]
[C]
A letra “c” está correta, pois o verbo “haver”, tanto no primeiro como no segundo exemplo, foi usado corretamente. No primeiro exemplo, este verbo aparece como auxiliar do verbo “pagar”, logo poderá ser usado no plural para concordar com o sujeito; no segundo caso, ele aparece como verbo impessoal, ou seja, não aceita sujeito, nem pode ser usado no plural.
Resposta da questão 21:
[D]
[D]
I – CORRETA: Com a mudança de som para sons a frase ficaria: “o que Darwin guardou nos ouvidos foram sons terríveis que o acompanharam por toda a vida”, desse modo, três outras palavras passam para o plural: foi, terrível e acompanhou.
II – CORRETA: “De certa forma, ele escolheu focar na descendência comum do homem justamente para mostrar que todas as raças eram iguais e, desse modo, enfim, objetar àqueles que insistiam em dizer que os negros pertenciam a uma espécie diferente e inferior à dos brancos". Com a troca por “a quem”, a oração ficaria: “objetar a quem insistia em dizer”, pois quem está no singular e, consequentemente, o verbo também deve estar.
III – INCORRETA: “(...) uma crença na ‘irmandade racial’ que tinha origem em seu ódio ao escravismo (...)”. Com a mudança, teríamos: “uma crença na ‘irmandade racial’ que tinha raízes em seu ódio ao escravismo (...)”. O verbo não se altera, pois concorda com “uma crença na ‘irmandade racial’, e não com origem ou raízes.
Resposta da questão 22:
[C]
[C]
1. Com a substituição, ficaria: “Até hoje, se eu ouço um grito, lembro-me, com dolorosa e clara memória, da ocasião que passei numa casa em Pernambuco e ouvi urros terríveis”. Com a alteração, seria necessária a inclusão de em: da ocasião em que. Assim, a oração não manteve a correção.
2. Substituindo, teríamos: “ele escolheu focar na descendência comum do homem justamente para mostrar que todas as raças eram iguais e, desse modo, enfim, argumentar contra àqueles que insistiam em dizer que os negros pertenciam a uma espécie diferente e inferior à dos brancos". A alteração demanda a correção de àqueles para aqueles. Assim a correção não foi mantida.
3. Com a substituição, teríamos: “uma crença na ‘irmandade racial’ que tinha origem em sua indignação perante o escravismo e que o levou a pensar numa descendência comum”. Não há alteração de sentido nem incorreção.
Resposta da questão 23:
[B]
[B]
Na primeira (ref. 6) e terceira (ref. 8) referências, para que se possa fazer as substituições sem perder o sentido, são necessários verbos que transmitam a ideia de continuidade. Assim: “De uma feita que estava viajando de escoteiro” e “Quando botei o pé em terra na estância e já ia dando as boas tardes ao dono da casa”. Assim, a única alternativa coerente com o que é pedido é a B.
Resposta da questão 24:
[C]
[C]
Os verbos destacados apresentam-se no futuro simples do subjuntivo, imperativo e presente do indicativo, respectivamente. Assim, “quiser” assinala uma hipótese, “escolha”, um conselho que se baseia em convicção de que essa será uma boa opção, e “Parece” atenua essa convicção ao assinalar a subjetividade de quem enuncia a frase, admitindo assim uma incerteza.
Resposta da questão 25:
[E]
[E]
O pretérito imperfeito é usado em referência a um fato que não havia chegado ao final no momento em que outro fato aconteceu. Ex.: o bebê ainda brincava, quando o pai chegou do trabalho. O imperfeito aplica-se também em referência a fatos passados de ocorrência continuada. Ex.: a noite ficava muito clara e fria com a chegada do outono. O verbo aproximou está no pretérito perfeito que exprime fatos totalmente concluídos antes do momento da fala. Portanto, a alternativa A está errada.
No período “sem que 6ninguém 2soubesse: por constrangimento, afastara-se da roda 7boêmia escritores, jornalistas, um sambista de cor”- soubesse está conjugado no pretérito imperfeito do subjuntivo. O modo subjuntivo é utilizado para exprimir atitudes de incerteza ou condicionamento do falante perante o processo que enuncia. Ex.: espero que aprecie meu projeto. A alternativa B está incorreta, porque soubesse encontra-se no pretérito imperfeito do subjuntivo e não no pretérito perfeito.
Oferecia está conjugado no pretérito imperfeito do indicativo e não no pretérito perfeito, segundo a alternativa C, embora o conceito de pretérito imperfeito do indicativo esteja correto.
Poderia está conjugado no futuro do pretérito do indicativo. Indica um fato futuro, mas relativo a um outro, no passado. Vejamos isso no texto – ocorreu-lhe (fato passado) e poderia (fato futuro). O futuro do pretérito também pode exprimir suposição a respeito de um fato:
“Ocorreu-lhe desde logo que ao americano 4poderia parecer estranha tal amizade, e mais ainda incompatível com a ética ianque a ser mantida nas funções que passara a exercer.”
A afirmação E é a única plausível.
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